Poluição se agrava no Rio do Sal após desabamento de lixão no Monte Alto

Imagem: Metrópolis

Renato Godoy Fala Planalto

A qualidade da água do Rio do Sal, em Padre Bernardo (GO), piorou drasticamente após o desabamento de uma montanha de lixo do aterro Ouro Verde, atingindo o córrego Santa Bárbara, um de seus afluentes. De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) de Goiás, o pH da água passou de 5,8 para 5,3 em apenas um dia, evidenciando um aumento preocupante na acidez.

O rio era amplamente utilizado por moradores de comunidades próximas para atividades como agricultura, piscicultura, avicultura e lazer. Com o incidente, o governo estadual determinou a proibição do uso das águas por tempo indeterminado.

Durante vistoria técnica no local, equipes da Semad encontraram espuma na superfície da água, provavelmente oriunda de detergentes e produtos de higiene descartados no lixão, reforçando os indícios de contaminação. As análises serão retomadas na próxima quinta-feira (26/6), para monitoramento contínuo da qualidade da água.

Apesar do impacto no Rio do Sal, medições realizadas em pontos de captação da Bacia do Descoberto e em poços artesianos utilizados para abastecimento público não indicaram contaminação fora dos padrões estabelecidos pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama). A Saneago, responsável pelo fornecimento de água na região, garantiu que a água distribuída em Monte Alto, Ouro Verde e Vendinha está dentro dos parâmetros de potabilidade.

O aterro Ouro Verde opera em uma área de mais de 10 hectares e está localizado em uma região de proteção ambiental. O empreendimento é alvo de ação civil do Ministério Público de Goiás (MPGO) e do Ministério Público Federal (MPF), por funcionar desde 2016 sem os devidos estudos e licenciamento ambiental.

Atualmente, o local está proibido judicialmente de receber novos resíduos, e a empresa responsável apresentou um plano emergencial à Semad, que ainda está sob análise. A versão anterior foi recusada por falta de soluções práticas e ausência de assinatura técnica responsável. O governo de Goiás segue acompanhando o caso de perto, diante dos riscos ambientais e sociais envolvidos.

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